
sob os meus dedos um sinal de fogo
a labareda que consome a tarde
a geada que se espalha nos cabelos
e como um lenho velho o tempo arde
posso escrever a monografia lenta
do vento nos gemidos de um moinho
a esmagar a semente do tédio
devagar segregando mistérios
posso evocar o riso adolescente
soltar as tranças do primeiro beijo
tecer grinaldas de leves açucenas
deixar que as pálperas se fechem
sob o sol dourado do desejo
posso pintar o céu de alazões rubros
despertar vendavais nos nossos dias
posso inventar a síntese do ciúme
a raiz quadrada da inquietude
o almiscarado desejo do teu corpo
lavrar o incêndio último dos corpos
e depois deixar que a neve cubra tudo
do mais branco silêncio
Palavras de M.A./Ordenamento de H.M. 2007/03
3 comentários:
um team constituido - uma aposta em marcha
Amiga Maria Alfacinha, o seu nome é sugestivo.Li com atenção todos os seus trabalhos e confesso, tenho lido muitos, mas como estes, são poucos. Só lhe peço que continue. Eu gosto!
Beijos
O Poeta é um criador de beleza em forma de Palavras e eu amo demais um Poema que nos possa transmitir tudo o que pensamos e ainda não o tinhamos lido!!!
Boa Semana!
M.A.
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