segunda-feira, 12 de março de 2007

Entre os dedos como areia...




Sou pedra e água.

Ou apenas o rumor

Da língua na escalada da palavra.

Ou estes morros sobranceiros

Catedrais visíveis apenas em inocentes mãos.

Em forma de asa.

Sinfonia muda.

Claro-escuro em cada silaba.

Como o som dos ventos

Que na noite se encandeiam.

Sem os vermos.

Nem o destino cobramos.

Rente estilhaçar nas formas

Apenas pressentidas.

E guardadas na memória.

Apenas rima.Não poema.

Serpente mordendo a própria cauda.

Que outra glória?! - nem bússola, nem guia!

Apenas o declinar da aurora

E a tarde pura.E a límpida palavra

Esgravatada na fundura.

De silêncios plena.

Sede e água cristalina entre os dedos.

Como areia...


M. 2007/03

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