

Sou pedra e água.
Ou apenas o rumor
Da língua na escalada da palavra.
Ou estes morros sobranceiros
Catedrais visíveis apenas em inocentes mãos.
Em forma de asa.
Sinfonia muda.
Claro-escuro em cada silaba.
Como o som dos ventos
Que na noite se encandeiam.
Sem os vermos.
Nem o destino cobramos.
Rente estilhaçar nas formas
Apenas pressentidas.
E guardadas na memória.
Apenas rima.Não poema.
Serpente mordendo a própria cauda.
Que outra glória?! - nem bússola, nem guia!
Apenas o declinar da aurora
E a tarde pura.E a límpida palavra
Esgravatada na fundura.
De silêncios plena.
Sede e água cristalina entre os dedos.
Como areia...
M. 2007/03
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